Em um movimento que chamou a atenção do setor industrial, a Lupo, um dos maiores grupos têxteis do Brasil, decidiu expandir suas operações para o Paraguai, redirecionando investimentos significativos para o país vizinho. A previsão é de que, até 2026, sua nova planta industrial esteja operando em plena capacidade, produzindo 20 milhões de peças por ano.
Esse fato, por si só, já seria relevante. Mas ele ganha ainda mais destaque quando observamos a época em que isso acontecerá: 2026 é o mesmo ano em que se inicia a implantação prática da Reforma Tributária no Brasil. Coincidência? Pouco provável.
Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai, entre as 332 indústrias estrangeiras atraídas pelas condições fiscais do país com foco em exportação, impressionantes 223 são brasileiras — representando 69% do total. A principal motivação: isenção de impostos e simplificação do modelo tributário.
A estimativa da Lupo é de que sua operação no Paraguai trará uma economia de até 28% em relação aos custos praticados no Brasil. Isso revela o quanto a carga tributária e a complexidade fiscal ainda impactam negativamente o ambiente de negócios brasileiro, tornando a internacionalização uma opção mais vantajosa para empresas de médio e grande porte.
Esse movimento da Lupo é um reflexo direto do que muitas empresas já vêm sentindo: o atual modelo tributário brasileiro pode não ser sustentável. E mesmo com a aprovação da Reforma Tributária, muitos empresários ainda não compreenderam a profundidade das mudanças e os desafios que vêm pela frente.
A unificação de tributos e o novo sistema de arrecadação são apenas a ponta do iceberg. A Reforma exigirá uma revisão completa de processos operacionais, estratégias comerciais, gestão financeira e, principalmente, planejamento tributário. Empresas que não começarem a se preparar em 2025 podem perder competitividade, margem de lucro e até mesmo mercado.
O que a sua empresa pode aprender com esse movimento?
A saída não é fugir do Brasil, mas se adaptar. Investir em conhecimento, buscar apoio especializado e antecipar a implementação das mudanças pode ser o diferencial entre crescer ou estagnar nos próximos anos.
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